Um dos maiores desafios para ser admitido em um MBA de excelência nos Estados Unidos e na Europa é obter uma boa nota no GMAT (prova que mede raciocínio lógico e verbal e capacidade do candidato de articular ideias complexas).
De acordo com estatísticas das próprias faculdades, a nota média no GMAT dos estudantes tem crescido a cada ano. Hoje, a média dos estudantes aprovados nos 10 melhores programas de MBA norte-americanos é acima de 710. Ao conversar com brasileiros admitidos nas principais escolas, é bastante comum conhecer pessoas que conseguiram 720, 730 ou até notas superiores. A primeira dica, portanto, é: não ignore a importância dessa prova!
Existe uma variedade enorme de materiais na internet sobre como se preparar para o GMAT. Existem diversos livros – Kaplan, Princeton, GMAC, McGraw Hill, etc – além de cursos presenciais e online.
Por onde, então, começar? Vou descrever aqui a metodologia que eu usei para alcançar 740 pontos (dos 800 possíveis) no teste.
O primeiro passo
O primeiro passo é entender a estrutura da prova e quais tipos de questões são cobradas. O caminho mais fácil para isso é utilizar os materiais oficiais gratuitos online do GMAC, a instituição que desenvolve a avaliação. Comece com o mini-quiz aqui. São 4 questões da parte verbal e 4 questões de matemática. Ao termino do quiz, veja a sua nota estimada no teste real.
Após o mini-quiz, pratique com mais algumas questões oficiais gratuitas – são 90 no total – com respostas comentadas utilizando o software do GMAC aqui e veja novas estatísticas da sua nota estimada. Tudo isso vai lhe tomar de três a quatro horas. Após esses exercícios, você terá uma boa ideia de como está o seu nível de inglês e de matemática exigidos na prova.
O segundo passo
O próximo passo é o mais crítico: se você não achou a prova tão difícil, isto é, se você acredita que conhece a maior parte da teoria cobrada e teve uma boa nota no simulado (mais de 660), passe direto para o treino. Recomendo os três livros oficiais do GMAC (guia geral, guia especifico para matemática e guia específico para a parte verbal) que você pode encontrar aqui. Os três livros custam cerca de 50 dólares. Esses livros pincelam levemente a teoria e logo partem para o treino via exercícios – muitos exercícios. Isso é tudo que você precisa para treinar.
Finalmente, recomendo que você faça dois ou três simulados oficiais. Os simulados são gratuitos e feitos pelo software oficial do GMAC. Não perca seu tempo e dinheiro com livros que não sejam os oficiais – as questões são levemente diferentes das cobradas e podem confundir. Para você, acredito que cursos não são necessários.
Agora, se você teve de média a alta dificuldade ao fazer os exercícios gratuitos e se avalia que precisa de um estudo mais aprofundado da teoria, você tem duas opções: fazer um curso presencial ou fazer um curso online.
Os cursos presenciais que eu sugiro são o da Phidadelphia Consulting e o do Megaron. Eu, pessoalmente, não fiz esses cursos, mas muitos amigos fizeram e ficaram muito satisfeitos, tendo ingresso em algumas das principais universidades dos EUA. A desvantagem desses cursos e que eles não são individualizados de acordo com as fraquezas e pontos fortes de cada estudante. Portanto, o aprendizado não é totalmente otimizado. Um curso excelente online que eu recomendo é o curso de GMAT da publicação Economist.
A grande vantagem do curso do Economist é o fato de ele ser um curso adaptativo e que foca tanto teoria como prática. O curso é montado individualmente de acordo com as necessidades de cada aluno, de modo que você não perde tempo estudando coisas que já sabe. Além disso, o curso inclui simulados.
Seja qual opção você escolher, compre os livros oficiais do GMAT que eu indiquei acima e comece e resolver os exercícios logo que se sinta confiante. Não deixe de fazer os simulados gratuitos do GMAC! Faca dois no mínimo.
Não desanime! Estudar para o GMAT é trabalhoso, mas pode ser também divertido e bastante útil. Após estudar o inglês do GMAT, você verá como a qualidade dos seus textos em inglês irá melhorar. Isso será extremamente útil quando você estiver cursando seu MBA. O mesmo vale para a matemática: quando estiver no exterior estudando finanças, estratégia e estatística, você verá que a preparação para o GMAT foi muito útil.
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Sobre o autor – Rodrigo Miranda é formado em Engenharia Aeronáutica pelo ITA, poliglota, tem 8 anos de experiência como engenheiro em diversos países e hoje é parceiro no ToeflNetwork, empresa que prepara alunos para o TOEFL. Está cursando MBA na Universidade Cornell, com foco em marketing e formação prevista para 2017. Ele conquistou 740 pontos no GMAT (de 800) e 117 no TOEFL (de 120). Conheça mais da trajetória dele
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