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Saiba como funcionam as Bolsas Chevening para estudar no Reino Unido

Por Carolina Campos

As bolsas de estudo Chevening são concedidas desde 1983 pelo governo britânico para alunos de mais de 160 países, incluindo o Brasil, que tenham sido aprovados em universidades do Reino Unido. Em 2014/2015 foram oferecidas mais de 600 bolsas. Hoje, existem cerca de 43.000 ex-bolsistas Chevening pelo mundo.

A bolsa cobre as passagens de ida e volta para o Reino Unido, anuidade de até £ 13.000 (caso este valor seja ultrapassado, o aluno deverá arcar com o valor remanescente) e gastos com despesas pessoais. Em geral, as bolsas são concedidas para programas de pós-graduação de um ano (mestrado ou MBA). Candidatos das mais diversas áreas (humanas, exatas e biológicas) podem concorrer.

No entanto, conseguir uma bolsa Chevening exige muito esforço. O Conselho Britânico é bastante rigoroso e só concede a bolsa para alunos que tenham notas excelentes, demonstrem potencial de liderança e sejam formadores de opinião. Outras características esperadas de um bolsista são:

– Ser formado há até 10 anos (é o que eles chamam de mid-career), demonstrar habilidade intelectual e ter potencial de liderança;
– Ter experiência profissional de, pelo menos, dois anos (aqui também se aplicam trabalho voluntário, estágio remunerado ou não-remunerado);
– Desejar retornar ao seu país de origem após concluir os estudos para utilizar os conhecimentos adquiridos no Reino Unido;
– Possuir um histórico profissional de excelência e conquistas, e ter potencial para se tornar um grande líder em sua área;
– Demonstrar que possui as qualidades pessoais necessárias para se beneficiar da bolsa de estudos e utilizá-la em sua carreira;
– Desejar se conectar a outros bolsistas Chevening enquanto estiver estudando no Reino Unido e também depois que retornar ao seu país de origem;
– Possuir uma ideia bastante clara de como o curso que irá fazer poderá beneficiar seu país de origem.

É preciso demonstrar que você tem potencial para ser uma pessoa de destaque no seu meio e que deseja utilizar os conhecimentos adquiridos para contribuir com o Brasil

O processo seletivo tem apenas duas fases: na primeira, o candidato envia a documentação exigida e as cartas de recomendação. Na segunda, é convidado para uma entrevista em inglês na Embaixada Britânica ou em cidades que tenham consulado britânico. A fase da entrevista é, não sem razão, a mais temida.

Logo no início, os entrevistadores pedem para o candidato falar de si mesmo. Por isso, é fundamental ter clareza dos seus objetivos ao fazer o curso na Inglaterra. “É preciso demonstrar que você tem potencial para ser uma pessoa de destaque no seu meio e que deseja utilizar os conhecimentos adquiridos para contribuir com o Brasil”, diz Danilo Limoeiro, de 33 anos, doutorando em Ciência Política no MIT (Massachusetts Institute of Technology), que foi bolsista Chevening durante seu mestrado em Estudos Latino-Americanos na Universidade Oxford, em 2009.

Além disso, na entrevista, você também poderá ser questionado sobre como estudar no exterior poderá auxiliá-lo em sua carreira e onde você se vê daqui cinco anos. Atenção: uma das perguntas mais importantes é “qual a posição máxima que você acha que pode alcançar na vida?”. Os especialistas ouvidos pelo Estudar Fora disseram que, neste ponto, é importante deixar de lado a modéstia e demonstrar suas verdadeiras ambições.

Para ter tranquilidade no processo, o ideal é se candidatar ao programa com antecedência mínima de um ano e meio a dois anos. “Se você quiser aplicar para o mestrado no final de 2016, por exemplo, é preciso aplicar já neste ano para a bolsa. Você nem sabe se foi admitido na universidade e já está fazendo o processo seletivo da bolsa de forma paralela”, diz Danilo. Veja aqui os prazos para aplicar para a bolsa Chevening.

Dentre os fatores que contribuíram para a sua aprovação, Danilo considera que ter sido servidor público pode ter influenciado. “Passar num concurso público concorrido quando ainda se é muito jovem pode demonstrar que o candidato é esforçado e busca novos desafios”, afirma. A clareza de propósitos também foi essencial: “Precisei mostrar o que eu realmente pretendia com o curso e como poderia contribuir com meu país depois que qualificasse na Inglaterra”.

 

No site da bolsa Chevening você encontra mais detalhes sobre o processo de seleção e como funciona a bolsa no Brasil.

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