Como muito da história europeia do século XIX, a Escola Normal Superior de Pisa tem a ver com Napoleão Bonaparte. Formalmente fundada em 1810 por um mandato napoleônico que exigia “espaços de instrução pública” na Toscana, então província francesa, nasceu oferecendo 25 vagas em ciências e humanidades, todas patrocinadas pelo governo. O objetivo era criar uma ramificação da École Normale Supérieure de Paris, famosa pela formação de professores.
As vagas eram disputadas pelos melhores alunos com idades entre 17 e 24 anos, e os admitidos moravam e estudavam por lá durante dois anos. Rígida, a escola tinha quatro tutores para acompanhar de perto o rendimento diário do grupo. O curso exigia também que o aluno se comprometesse a ser professor por pelo menos dez anos para receber o diploma.
Após a renúncia de Napoleão e a reunificação da Itália, a Toscana decidiu manter a Escola Normal praticamente como estava. Em 1862, conseguiu a autorização formal do governo italiano e incluiu algumas mudanças curriculares importantes.
Hoje totalmente autônoma, a Escola divide seus estudos em três faculdades: Literatura e Filosofia, Física e Matemática e Humanidades e Ciências Humanas. Esta última veio apenas em 2014, após a união com o Instituto Italiano de Ciências Humanas de Florença. Na prática, professores, pesquisadores e alunos trabalham juntos, tanto em aulas quanto em laboratórios, e são oferecidos diplomas de graduação e doutorado.
O corpo discente da escola continua pequeno e muito seleto: são somente 480 alunos, que são escolhidos por mérito e recebem auxílio para para estudarem. Atualmente, o objetivo da instituição é maior que o original: formar acadêmicos, profissionais e cidadãos com um ampla experiência cultural e atitude crítica e reflexiva.
Exemplo claro deste sucesso é o físico Enrico Fermi, falecido em 1954. Durante o disputado exame de admissão, Fermi, então com 17 anos, precisou escrever uma redação sobre as características do som, e passou em primeiro lugar. Com amigos e professores, desenvolveu as teorias que o ajudaram a se tornar um dos maiores cientistas da história – o nome da partícula férmion, inclusive, é uma homenagem a ele.
Com o tempo, o ambiente elitizado da Normale se abriu para a sociedade, para alegria de nativos e turistas. Hoje em dia, atividades culturais como saraus e concertos acontecem com frequência no campus, que fica no centro medieval da cidade.
Famosos que passaram pela escola:
– Enrico Fermi, físico e vencedor do Nobel; criador do primeiro reator nuclear e figura importante no campo da física quântica, nuclear e de partículas;
– Leonida Tonelli, matemático;
– Giosuè Carducci, poeta;
Carlo Ginzburg, historiador.
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*Foto da Scuela Normale Superiore di Pisa / Crédito: David Tuffley, divulgação
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