Como diferentes sotaques de inglês influenciam estudos no exterior
Se você está se preparando para um intercâmbio, seja para estudar inglês ou fazer um curso (ministrado em inglês) no exterior, é importante saber reconhecer algumas diferenças no idioma em diferentes países. Os sotaques (accents) mudam bastante de um país para outro, assim como, em um mesmo país, a maneira de falar muda de um estado para outro.
No caso do Brasil, a diferença do sotaque nordestino para o gaúcho, por exemplo, é grande, certo? O mesmo vale para Inglaterra ou Estados Unidos. Uma pessoa de Londres não fala igual a alguém de Liverpool, assim como, nos EUA, um californiano e um texano falam de maneiras distintas.
Quando as diferenças são apenas na entonação, não há grandes problemas em relação a isso para quem quer estudar fora. Entretanto, é importante saber que as mudanças em inglês podem acontecer não só na pronúncia, como também na escrita. Se a ideia é fazer mestrado ou doutorado em um país de língua inglesa, confundir alguns vocábulos em diferentes “tipos” de inglês pode ser um problema. Vejamos, antes, as principais diferenças:
Inglês americano x Inglês britânico
Uma das maiores diferenças entre o British e o American English está na pronúncia do “t”, que, no caso do primeiro, tem som semelhante à letra “t” em português, enquanto o segundo fala mais como um “d”.
As distinções também aparecem na escrita. No inglês americano, por exemplo, a vogal “u” é omitida em algumas palavras, como color, que seria colour no britânico.
Algumas palavras também mudam: no americano, “calças” são pants e apartamentos são apartments, enquanto, no britânico, são trousers e flats, respectivamente.
Inglês canadense
A influência da colonização francesa no Canadá se mostra, principalmente, na pronúncia de palavras terminadas em “out”, que soam como “oot”.
Irlandês
No inglês falado na Irlanda, que tem influência do gaélico, algumas palavras também mudam, como no caso das horas, em que “7 o’clock”, por exemplo, é “7 bells” para os irlandeses. Além disso, praticamente não se fala “sim” ou “não”. As respostas dificilmente serão “yes” ou “no”, então o verbo precisa ser repetido para responder a uma questão. Exemplo:
_ Can you speak English?
_ I can!
Inglês Australiano
O inglês que é falado na austrália têm seus termos próprios. Algumas expressões e gírias específicas, servindo apenas no território australiano, mesmo. Por exemplo, criancinhas são chamadas de “ankle biters”, enquanto o café da manhã (ou breakfest) é chamado de “brekkie”.
Em relação à pronúncia, os australianos pronunciam “ay” com som de “ái”, em vez de “êi”, como acontece no inglês americano.
Diferenças em Inglês para exames de proficiência
O quanto essas diferenças da língua inglesa em países que a falam pode atrapalhar quem está estudando para exames de proficiência no idioma? Alberto Costa, gerente de avaliação dos testes Cambridge English Language Assessment, tranquiliza. “A gente avalia o nível de proficiência do inglês em nível mais global, internacional. Diferenças de sotaque não são um problema, desde que o candidato consiga se comunicar bem, se faça claro”.
Speaking
Quem aprendeu inglês em um intercâmbio na Austrália, mas quer aplicar para uma universidade do Reino Unido, por exemplo, não vai ser penalizado por “misturar” expressões do inglês australiano com o britânico, já que os responsáveis pelos exames de Cambridge compreendem tais distinções. No caso do speaking, o importante é que o avaliador consiga entender o estudante. É bom lembrar que, dependendo do nível de proficiência exigido, o candidato será testado em diferentes contextos de linguagem.
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Listening e Writing
Ainda tomando como exemplo alguém que aprendeu o inglês de um país específico (cuja língua inglesa é o principal idioma falado por lá) mas está se preparando para fazer intercâmbio em outro, caberá ao candidato saber identificar as diferenças no listening. Mas, calma! Isso só vale para quando já estiver no local. As distinções de sotaques não serão testadas na etapa de listening dos exames de proficiência. “É só uma questão de adaptação. Quem fez intercâmbio nos EUA e vai estudar na Austrália, por exemplo, pode acelerar essa adaptação do inglês ouvindo uma rádio australiana”, explica Alberto Costa.
Já no caso do writing, é preciso tomar certo cuidado, não necessariamente ao passar pelos testes (já que, como dissemos, o importante é se fazer entender), mas principalmente quando já estiver estudando em uma universidade do exterior. A escrita acadêmica em inglês, assim como em qualquer outro idioma, precisa ser coesa acima de tudo, e misturar vocábulos pode ser visto como uma falha de coesão textual. “Uma universidade na Inglaterra pode ou não aceitar que um texto seja redigido no inglês americano. Depende das norma da universidade. Em geral, há permissão, desde que a redação do estudante tenha consistência. Ele não pode misturar a ortografia de um país com a de outro”, explica o especialista do Cambridge English.