Stanford University: conheça a universidade mãe do Google e da Nike
Leland Stanford Junior University, mais conhecida por Stanford University, é considerada uma das cinco universidades estadunidenses de maior prestígio do mundo. Fundada em 1891 pelo ex-governador e senador da Califórnia, Leland Stanford, e por sua esposa, Jane Lathrop Stanford, a Universidade Stanford recebeu esse nome em homenagem ao filho do casal, que havia morrido anos antes.
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Conhecida como a universidade dos empreendedores, ela tem entre seus ex-alunos e professores os fundadores de grandes empresas, como HP, Google, Yahoo e Nike. Localizada na região de Palo Alto, ao lado do Vale do Silício, Califórnia, Stanford acaba por atrair as mentes mais criativas e por impulsionar a criação de dezenas de startups de tecnologia a cada ano.
A universidade, aliás, é uma das “mães” da internet. Na década de 1970, era uma das quatro instituições dos EUA ligadas ao sistema ARPANET, considerado o percursor da internet. Confira, a seguir, tudo sobre a Stanford University!
Universidade Stanford em números
A Stanford University conta com cerca de 17 mil alunos — aproximadamente 7 mil na graduação, e outros 9,5 mil na pós-graduação. Há também estudantes em cursos de nível não-superior, como certificates e extensions.
A universidade tem cerca de 4,2 mil estudantes estrangeiros (sendo apenas 650 deles na graduação), o que dá uma taxa de cerca de 24% de alunos de outros países. A universidade não diz quantos países estão representandos em seu campus, mas afirma receber candidaturas de mais de 150 países todo ano.
A Universidade Stanford é presença garantida nos maiores rankings de qualidade da Educação:
- 3° lugar no Times Higher Education World University Rankings
- 5º lugar no QS World University Rankings
- 2° lugar no Shangai Ranking
Professores e ex-alunos já ganharam 36 prêmios Nobel, dentre eles Paul Berg, responsável pela criação dos primeiros métodos de mapeamento de estruturas de DNA, e Martin Perl, físico que provou a existência dos neutrinos.
Atualmente 19 vencedores da premiação dão aulas na universidade. Isso sem falar nos outros 19 professores que receberam o prêmio Turing, considerado o Nobel da computação, e 4 que receberam o Prêmio Pulitzer.
Stanford também conquistou a primeira posição no rankings dos campi mais bonitos dos Estados Unidos. Com mais de 3 mil hectares, é um dos maiores dos Estados Unidos e abriga, além das instalações das universidades, também um completo sistema de residência estudantil.
Cursos oferecidos
A universidade se organiza em sete Escolas: as Escolas de Humanidades e Ciências, de Engenharia, e de “Ciências da Terra, Energia e Meio Ambiente” possuem cursos tanto na graduação quanto na pós-graduação. Já as escolas de Direito, Medicina, Educação e Negócios possuem apenas programas de pós-graduação.
Além destes, são também oferecidos dezenas de cursos livres nas mais diversas áreas.
Processo Seletivo
O processo de seleção é típico das universidades dos Estados Unidos e exige, além de histórico acadêmico e notas de exames padronizados, também cartas de recomendação e de motivação. A graduação em Stanford é considerada uma das mais seletivas dos Estados Unidos – dos 19 mil estudantes que se candidatam anualmente, somente 12,7% são admitidos – dos quais cerca de 5% são estrangeiros.
Confira aqui a redação que ajudou este brasileiro a ser admitido pela instituição
Os custos anuais para estudar na instituição ficam na casa do US$ 65 mil. Porém, a maior parte das famílias estadunidenses que comprovem renda inferior a 125 mil dólares anuais são isentas de pagar anuidade.
Isso porque a instituição conta com excelente fundo patrimonial de quase US$ 16 bilhões e é uma das universidades que mais arrecadam fundos por meio de doações nos Estados Unidos. Na graduação, tem uma política de apoio financeiro need-based e seu valor médio de bolsas de estudos para alunos internacionais é de US$ 30 mil.
O processo de seleção para estrangeiros, porém, é need-aware — mas 64% dos estudantes internacionais recebem algum tipo de auxílio financeiro. Uma delas é a baiana Georgia Gabriela, que foi aceita com bolsa integral pela universidade em sua segunda tentativa. “Na primeira vez, no terceiro ano [do ensino médio], não funcionou. Mas foi uma experiência que me ensinou muita coisa na prática: o que eu precisaria fazer e o que precisaria enfrentar para ser aceita”, explica.
Para pós-graduação na Universidade Stanford, a admissão é descentralizada. Ou seja, as candidaturas devem ser enviadas diretamente para Escola em questão. Aos 25 anos de idade, a paulistana Ana Beatriz Pousada foi aceita para o doutorado em Economia da Universidade, que recebe mais de 700 candidaturas por ano e cujas turmas iniciais são formadas por apenas 25 alunos.
Para ela, a parte mais desafiadora foi escrever uma carta dizendo por que ela seria uma excelente aluna de doutorado. “Precisei fazer várias versões do texto. Pedi para colegas e familiares lerem os meus rascunhos. Eles apontaram o que que eu poderia melhorar e pontos em que estava sendo muito humilde. Finalmente, consegui chegar a uma versão do texto que me satisfez”, relembra. Confira a entrevista completa.
Como é estudar na Stanford University
Stanford segue um sistema de ensino com aulas se iniciando em setembro e terminando no início de junho. O programa de graduação tem duração de quatro anos e é comum que estudantes de graduação e pós-graduação convivam nas mesmas salas e ambientes.
Esta interação acontece também por conta das mais de 650 organizações estudantis existentes. Os grupos são, por vezes, financiados pela própria universidade e tão diversos quanto grupos de remo e latim.
Segundo Gustavo Torres, brasileiro natural do Capão Redondo (SP) que está em seu segundo ano em Stanford, não existe um perfil certo de aluno. “Tem a garota que fala latim, a que pesca tubarão, a que já analisou radiações do espaço, e a que é uma das melhores patinadoras dos EUA. Tem também o cara que ficou três anos sem começar a faculdade porque tinha que ajudar a família a se sustentar”, explica.
Com tanta diversidade, é natural que a universidade seja destaque em diversas áreas – como, por exemplos, esportes. Stanford é mundialmente conhecida pelo apoio à diversas modalidades. A cada edição dos Jogos Olímpicos desde 1912, atletas ligados à instituição ganham medalhas. Já são mais de 240, sendo 129 delas de ouro.
Ex-alunos famosos da Stanford University
Companhias fundadas por ex-alunos da universidade geral mais de 2,7 trilhões de dólares anualmente – o que equivale à décima maior economia do mundo. Confira alguns dos personagens mais ilustres da história da universidade:
- William Hewlett e David Packard (fundadores da empresa de tecnologia HP);
- Sandra Lerner e Leonard Bosack (criadores da gigante de softwares Cisco Systems);
- Chih-Yuan Yang e David Filo (criadores do Yahoo!)
- Sergey Brin e Larry Page (fundadores do Google);
- Phil Knight (criador da gigante dos esportes Nike)
- Marcos Galperin (fundador e CEO do Mercado Livre)
- Mike Krieger (brasileiro criador da rede social de fotos Instagram).
Bolsas para Stanford University
A Universidade Stanford oferece ajuda financeira para estudantes estrangeiros que necessitem dela para poder custear seus estudos. Nesta página, é possível ver mais informações sobre os programas de apoio oferecidos pela própria universidade. Alunos interessados em concorrer a esses programas devem indicar isso no momento da candidatura.
Na pós-graduação, a universidade também oferece um programa de bolsas integrais que conta com mais de US$ 750 milhões de investimento. Trata-se do Knight-Hennessy Scholars, um programa voltado para alunos de alto potencial de todas as áreas. Normalmente, ele fica com inscrições abertas entre maio e outubro de cada ano. Saiba mais sobre ele aqui.
O Experimento de Aprisionamento de Stanford
Infelizmente, Stanford também é lembrada por um episódio particularmente infeliz: o chamado experimento de aprisionamento de Stanford, ou Stanford Prison Experiment. O experimento em questão foi uma pesquisa pretensamente científica de psicologia social, liderada pelo professor Philip Zimbardo.
A ideia de Zimbardo era simular, em condições controladas, o ambiente de uma prisão. Para isso, ele recrutou participantes dispostos a passar duas semanas na pesquisa. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, os “presos” e os “guardas”. O objetivo era determinar os efeitos psicológicos sobre as pessoas que se tornavam “presos” ou “guardas”. O experimento foi financiado pela secretaria de pesquisa naval dos EUA.
Inicialmente, o experimento duraria duas semanas, em agosto de 1971, no Jordan Hall de Stanford. No entanto, ele quase imediatamente gerou problemas. Casos de agressão e abuso psicológico dos “guardas” sobre os “presos” foram comuns, levantando questões éticas sobre o experimento. Além disso, não foi possível manter rigor científico sobre o projeto, o que invalidou qualquer conclusão investigativa que ele pudesse ter.
No fim, o experimento foi interrompido após seis dias. Desde então, o governo dos EUA e comissões científicas aumentaram a exigência de controles éticos sobre experimentos com humanos. A evidência anedotal que ele gerou é de que a violência em ambientes como prisões não é devida a características do indivíduo, mas ao próprio sistema social desses espaços. Em 2015, foi lançado um filme documental sobre o experimento sob o nome The Stanford Prison Experiment.
Stanford foi fundada em 1891 pelo ex-governador e senador da Califórnia, Leland Stanford, e por sua esposa, Jane Lathrop Stanford. A universidade recebeu esse nome em homenagem ao filho do casal, que havia morrido anos antes.
A Stanford University conta com cerca de 17 mil alunos — aproximadamente 7 mil na graduação, e outros 9,5 mil na pós-graduação. Há também estudantes em cursos de nível não-superior, como certificates e extensions. A universidade tem cerca de 4,2 mil estudantes estrangeiros (sendo apenas 650 deles na graduação), o que dá uma taxa de cerca de 24% de alunos de outros países.
Os custos anuais para estudar na instituição ficam na casa do US$ 65 mil. Porém, a maior parte das famílias estadunidenses que comprovem renda inferior a 125 mil dólares anuais são isentas de pagar anuidade.
O processo de seleção para estrangeiros é need-aware, o que significa que alunos que precisam de apoio financeiro terão de montar candidaturas ainda mais fortes — mas 64% dos estudantes internacionais recebem algum tipo de auxílio financeiro.