Por Vivian Carrer Elias
Apesar de características como o clima frio, o idioma e o elevado custo de vida, a Suécia soma muitos motivos para que o estudante brasileiro a considere como destino de seu intercâmbio. Trata-se do país com o 12o IDH do mundo, um dos mais felizes do globo segundo a ONU, com invejável qualidade de vida, igualdade social e educação de ponta. Entre as 100 melhores universidades do mundo no ranking da publicação britânica Times Higher Education (THE), três são suecas: o Instituto Karolinska, a Universidade Estocolmo e a Universidade Uppsala.
Há muitas opções de cursos em inglês nas universidades – só de mestrado são 250 programas. O ensino no país é gratuito para europeus. Já brasileiros pagam cerca de US$ 9.300 por um curso universitário. O governo da Suécia estima que o custo de vida para um estudante é de aproximadamente US$ 940 ao mês.
O valor é alto, mas ainda assim muito inferior ao cobrado por universidades norte-americanas, por exemplo, em que o custo anual é de cerca de US$ 50 mil (com acomodação e dormitório). Na Universidade Harvard, a top dos rankings, o valor ultrapassa US$ 65 mil ao ano, incluindo mensalidade e vida no país.
Os principais cursos de pós-graduação em inglês na Suécia estão relacionados à inovação tecnológica e ao meio ambiente, duas das áreas em que o país se destaca mundialmente. Por exemplo, foi lá em que o cinto de segurança de carros, o marca-passo e os programas Spotify e Skype foram desenvolvidos.
O que eu mais gostei das aulas é que elas eram muito funcionais, com duração menor do que eu estou acostumado no Brasil
Além disso, a Suécia preserva 69% de suas florestas e é um dos países mais sustentáveis. No ranking elaborado pela Siemens sobre as cidades mais verdes do mundo, a capital Estocolmo aparece em segundo lugar. Essa mesma pesquisa mostra que 93% dos cidadãos suecos vão a pé, de bicicleta ou de transporte público ao trabalho – a maior média da Europa.
Foi por esse motivo que Rodrigo Hyago Pereira, de 22 anos, escolheu o país para fazer o seu intercâmbio. Ele estuda Engenharia Ambiental na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e viajou em 2014 pelo programa Ciência sem Fronteiras (CsF). “Eu sonhava em estudar na KTH (Instituto Real de Tecnologia) e acabei sendo aceito lá. Sempre pensei que deveria ser maravilhoso estudar em um lugar tão desenvolvido e com tanto peso em relação a esse tema”, diz. “O que eu mais gostei das aulas é que elas eram muito funcionais, com duração menor do que eu estou acostumado no Brasil. Com isso, eu tinha mais tempo para desenvolver projetos com meu grupo, ler livros e participar de discussões”, afirma Rodrigo.
Para o estudante, o fato de ele não dominar o idioma sueco não dificultou a sua adaptação no país. “Quase todos lá falam inglês e eu achei os suecos muito solícitos. Eles não são espontâneos, mas ao mesmo tempo são comunicativos, gostam de conversar e se oferecem para ajudar se percebem que você está com alguma dificuldade”, conta. “O que mais me incomodava era o clima. No inverno, eram poucas horas de luz solar.”
Mesmo assim, o saldo da experiência de Rodrigo na Suécia foi positivo. “A Suécia é um país maravilhoso, onde tudo funciona e que tem igualdade em todos os sentidos. Você percebe no dia-a-dia como é estar em um lugar onde homens e mulheres são tratados da mesma forma, por exemplo”, diz o estudante, que relatou toda a sua experiência em vídeos publicados no seu canal no Youtube.
Visto – Brasileiros que desejam permanecer na Suécia por menos de três meses não precisam solicitar visto, e aqueles que estiverem inscritos em um curso universitário no país podem trabalhar por lá. É possível inscrever-se para diferentes programas de bolsa na Suécia, sendo que um deles é oferecido pelo próprio governo do país. As inscrições para o próximo ano letivo começam em janeiro de 2016, e mais detalhes sobre o novo edital serão anunciados em outubro. O guia completo do governo sueco para estudantes estrangeiros pode ser visto aqui.
*Foto: Estocolmo, na Suécia / Crédito: divulgação
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