É quase impossível falar sobre os estudos no exterior sem levar em consideração o inglês, principal meio atual que propicia a comunicação de pessoas de diferentes nacionalidades no mundo. E, justamente em função da maior consciência sobre isso, é que um número crescente de pessoas desperta mais cedo para essa necessidade, buscando cursos que as guiem para o alcance dos seus objetivos.
Ao procurar o curso certo de inglês, é bastante comum encontrar promessas como: “inglês fluente em 6 meses” ou “como aprender inglês em três meses” ou mesmo “tenha um inglês fluente”. Não muito diferente, ao navegar pelos portais ou redes de empregos, também nos deparamos com vagas que pedem candidatos com “inglês fluente”. Mas, afinal de contas, o que é fluência?
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Tanto se ouve sobre chegar à fluência, falar inglês fluentemente, mas pouco se debate sobre o tema. A verdade é que a fluência é algo extremamente subjetivo. Por exemplo: você domina o português em uma profundidade que garante um bom desempenho nas suas tarefas diárias, certo? E quando você lê uma obra literária de Eça de Queiroz, o nível de domínio garante o entendimento de 100% de tudo o que é dito?
O exemplo ilustra bem onde queremos chegar. O que é fluência para mim, pode não ser para você e seu domínio para uma situação pode não ser o mesmo para outra.
Veja: quando uma vaga de emprego exige “inglês fluente”, ela provavelmente está pedindo que o candidato consiga ler, escrever e ouvir com facilidade o idioma, entender as principais ideias de um texto/e-mail/reunião e manter uma conversa em inglês de forma fluida. O que significa dizer então que, se você domina essas habilidades, para trabalhar naquele local, sim, você é fluente.
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Já quando o assunto é morar fora do país, estudar, se manter sozinho por lá, o cenário muda. A profundidade do conhecimento precisa ser maior, já que é imprescindível dominar completamente o idioma para assim poder participar de forma produtiva de aulas, palestras, debates e para desempenhar com precisão as atividades extraclasse. Nesse caso, a fluência citada acima não se encaixa. Nesse exemplo, a fluência pede um nível superior de independência quanto à língua.
Como ir além do inglês fluente
Ou seja, antes de eleger a fluência como o resultado a ser alcançado (ou entregue por parte das instituições consultadas), tenha em mente a pressão e a ansiedade que isso pode gerar, já que essa sensação de ser fluente pode nunca chegar. Como sugestão, guie o aprendizado para fatores objetivos. Entenda, primeiro, qual é o seu objetivo. A partir dele, trace seu caminho e suas metas. E utilize-se de ferramentas construídas especificamente para mensurar esse processo para ter o conhecimento real sobre cada uma das suas habilidades no inglês. Isso tende a aumentar a segurança em si em relação ao uso do idioma.
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Para estudar fora, especificamente, as faculdades exigem exames internacionais de proficiência que cumprem esse papel de comprovar o seu nível de entendimento em cada uma das habilidades no inglês, por meio de parâmetros internacionais (você pode encontrar informação adicional sobre isso aqui). O desempenho global nessas avaliações é que apontam o ser ou não fluente para aquele currículo desejado.
Então, da próxima vez que alguém perguntar se você tem inglês fluente, tente uma resposta menos genérica e mais orientada para o que você é capaz de fazer utilizando seus conhecimentos no idioma. O valor do saber é maior do que o peso da necessidade da fluência.
Sobre o Autor
Alberto Costa possui 30 anos de experiência no mercado de educação, tendo atuado como professor de inglês, examinador dos exames de Cambridge English Language Assessment, treinador de professores para as certificações CELTA, ICELT e DELTA. Além disso também esteve à frente de iniciativas de treinamento e formação continuada de professores de inglês e de consultoria acadêmica. Costa possui especialização em treinamento de professores (PRINSELT) do College of St. Mark & St. John em Plymouth, Reino Unido, e é certificado por Cambridge com o diploma Cambridge RSA for Overseas Teachers of English (DOTE). Atualmente ele ocupa a posição de Senior Assessment Manager de Cambridge English no Brasil.