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Conheça a Tokyo roku daigaku, a Ivy League de baseboll universitário

Tóquio, a província capital do Japão, possui um sistema educacional modelo. São cerca de 200 instituições de ensino superior localizadas somente na região, que também é conhecida como Capital do Leste. A cidade é considerada a terceira melhor do mundo para estudantes morarem, de acordo com o ranking QS de melhores cidades estudantis, ficando atrás apenas de Londres e Munique. E a província é repleta de instituições de ensino centenárias, entre elas as “6 Universidades de Tokyo”, ou Tokyo Big6 (東京六大学, Tōkyō roku daigaku), como são chamadas as universidades mais tradicionais da capital: Keio, Meiji, Hosei, Tokyo, Rikkyo e Waseda.

Frequentemente comparadas com a Ivy League norte-americana, as 6 universidades que compoẽm a Tokyo roku daigaku têm, em média, 100 anos ou mais. A mais antiga delas, a Keio University, foi criada em 1888, durante a era Meiji, e a mais nova, a Tokyo University, completou 100 anos em 2019. Além da tradição, as universidades estão localizadas em uma das cidades mais interessantes do mundo.

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Intercâmbio em uma universidade da Tokyo roku daigaku

Luisa Phebo, formada em Direito pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e intercambista na Universidade Waseda, no Japão, através do programa de mobilidade estudantil promovido pelas instituições conta que a universidade tem boa estrutura para receber e orientar os intercambistas. A instituição “facilitou os primeiros caminhos de documentação e abertura de conta de banco”. Seu intercâmbio teve duração de um ano e as aulas eram ministradas em inglês. “Tinha a opção de escolher a cadeira em estudos japonês, mas como não dominava a língua preferi fazer as aulas em inglês”, conta.

O programa escolhido por Luisa foi de Estudos Liberais, cadeira relacionada ao curso de Relações Internacionais, “Fui para o intercâmbio na mesma área que eu fui aqui no Brasil”, explica. Paralelamente, a universidade oferece um curso intensivo de língua japonesa, que tem um ritmo de aulas puxado e “muito intensivo, e uma oportunidade de ter contato com a língua e com a cultura”, conta.

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Luisa conta que a parte mais difícil do intercâmbio foi a questão da língua. Durante a preparação da viagem, ela estudou língua japonesa por 6 meses. “No primeiro momento tem alguma dificuldade de movimentar quando chega com um nível muito básico, como foi o meu caso, mas rapidamente está imerso e deixa de ser um problema”, explica.

Em relação às diferenças alimentares, ela conta que “descobrir novos sabores e novas receitas” foi a melhor parte do intercâmbio. “No Brasil a gente tem alguma limitação, conhece bem por cima, então isso foi muito legal”, conclui.

A Big6 Baseball League

Além da tradição universitária, a Tokyo roku daigaku também é famosa pelo esporte. Criada em 1925, a Liga de Beisebol Tokyo Big6, ou ou Tōkyō roku daigaku yakyū renmei (東京六大学野球連盟), é a liga japonesa de beisebol mais antiga do país. Beisebol é o esporte mais popular do Japão, sendo acompanhado por mais de 40% da população.

A maior rivalidade da liga está entre as universidades de Waseda e Keio. Os clássicos entre ambos os times, chamados de Sōkeisen (早慶戦), são tão importantes que, em dias de jogo, as aulas são canceladas e a disputa é transmitida pela emissora nacional NHK (Nippon Hōsō Kyōkai).

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A liga promove duas temporadas por ano. A de primavera começa no segundo sábado de abril, enquanto a de outono começa no segundo sábado de setembro. Cada temporada dura 8 semanas e os jogos acontecem aos fins de semana. A disputa é parecida com os playoffs norte-americanos: para passar de turno, cada equipe joga entre si até uma delas obter duas vitórias. Ganha a equipe que tiver mais vitórias.

A universidade que mais venceu a liga até hoje foi a Waseda, com 45 vitórias, seguida da Hosei, com 44, Meiji, com 39, Keio, com 34, Rikkyo, com 13 e a Tokyo, que nunca venceu a liga. Na edição de primavera de 2019, a Universidade de Keio levou a taça, após perder apenas 2 dos 11 jogos disputados.

Até os anos 50, a Big6 foi considerada a liga de beisebol mais importante do Japão, perdendo a posição com a criação do campeonato nacional da NPB (Nippon Professional Baseball).

As universidades que compõem a Tokyo roku daigaku

Universidade de Tokyo

A Universidade de Tokyo é a primeira universidade nacional do Japão e ocupa o 22º lugar no ranking QS de melhores universidades do mundo, sendo a número 1 do Japão. Também conhecida como Todai, o ponto forte da instituição é o ensino de línguas modernas. São 10 faculdades, 11 institutos que oferecem dezenas de opções de curso de graduação e pós-graduação.

A Todai é a instituição mais prestigiada do país e já formou uma série de figuras influentes dentro e o fora do mundo acadêmico. Passaram pela universidade 15, dos 62 Primeiro Ministros da história do Japão, além de ter no corpo de ex-alunos alguns dos mais importantes CEOs do mundo.

Para estrangeiros que não falam japonês, a Todai oferece programas de graduação e pós-graduação em inglês, entre eles os Programa Internacional sobre Japão e Leste Asiático e o Programa Internacional de Ciências e Meio Ambiente.

Universidade Waseda

A Waseda ocupa a posição 196ª no ranking QS de melhores universidades do mundo e é a 9ª melhor universidade do Japão. É uma instituição privada e com amplo programa voltado para estudantes estrangeiros. Ela oferece 50 programas em inglês e abriga cerca de 7 mil alunos estrangeiros vindos de 120 países.

A Waseda tem parceria com mais de 800 instituições distribuídas em 80 países. Para os estrangeiros, a universidade oferece a opção de aprender japonês enquanto cursam os programas em inglês. No site da universidade é possível fazer um tour virtual (https://waseda-vrtour.com/) pelos espaços da instituição.

Universidade Keio

A Universidade Keio ocupa a 200ª posição  no ranking QS, de melhores universidades do mundo e está entre as 10 melhores do Japão. É uma universidade privada, e foi a primeira instituição privada de ensino superior do país, criada em 1858.

Ao todo, a Keio oferece 14 programas de graduação divididos em 6 campus. Para estudantes estrangeiros, e instituição oferece 23 cursos em inglês. A área de ensino e pesquisa de maior destaque da Keio é a de Anatomia e Fisiologia.

Universidade Rikkyo

A Rikkyo é uma instituição privada e está entre as 50 melhores do Japão, de acordo com o ranking QS. A instituição foi criada por missionários da Igreja Pentecostal e atualmete é uma universidade anglicana, também chamada de Saint’s Paul University.

A Rikkyo tem amplo programa voltado aos estudantes internacionais, e parcerias com mais de 140 universidades do mundo. É formada por 11 faculdades com 15 cursos de graduação.

Universidade Meiji

A Meiji é uma universidade privada que está entre as 50 melhores do país. Com forte tradição no ensino de Direito, a instituição é formada por 9 escolas e 26 departamentos, com destaque em ensino e pesquisa internacional.

Universidade Hosei

A Hosei é uma instituição privada, originária da Escola de Direito de Tokyo, antiga instituição formada em 1883. Ela possui 3 campus, o Ichigaya, o Koganei e o Tama, e oferece 32 cursos de graduação.

Como é estudar em Tóquio?

Tóquio é uma cidade cosmopolita que sempre é lembrada pela capacidade de preservar a história e conciliar com a tecnologia. De acordo com Luisa, “é impressionante como eles conseguem conservar a questão da cultura milenar tradicional em uma grande cidade”. “Tokyo é uma das maiores metrópoles do mundo em infraestrutura”, conta.

Tóquio é o formada por 26 distritos e abriga mais de 9 milhões de habitantes. As atividades culturais são diversificadas, misturando tecnologia e tradição, e estão espalhadas por toda a província. Entre elas, está o Parque Nacional Chichibu-Tama-Kai, ao norte de Tóquio, de onde é possível ver o famoso Monte Fuji.

A cidade ainda é repleta de parques, possui um ótimo sistema de transporte público e uma ampla rede de bibliotecas. Em 2019, foi eleita a mais segura do mundo pela revista The Economist. Entre as atrações turísticas mais famosas, estão uma série de parques e jardins, como o Ueno e o Yoyogi, o Palácio Imperial, a Torre de Tokyo e a Tokyo Disneyland.

Tóquio, no entanto, é uma cidade cara para se viver. Luisa conta que a bolsa de estudos oferecida pelo Governo Japonês durante o intercâmbio foi fundamental para a estadia no país. Além disso, durante os estudos, complementou a renda com trabalhos de meio período. No Japão, o visto estudantil permite que os alunos estrangeiros trabalhem enquanto estudam com limite de horas semanais. “Era um período reduzido, mas a gente podia fazer alguns trabalhos”, conta Luisa, que deu aulas de Português e trabalhou em uma loja de roupas durante o intercâmbio.

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