Desde muito cedo eu pratico o voluntariado. Aprendi com minha mãe, que estava sempre envolvida em projetos sociais, associações e outras acoes comunitárias. Ela ensinou-me muito do que sei hoje. Assim, quero compartilhar com vocês minha experiencia de fazer um trabalho voluntário na Polônia, durante as minhas férias de verão (europeu) de 2017 – e, também, explicar porque eu considero importante, para o crescimento pessoal e profissional durante o intercâmbio acadêmico, ser voluntario.
Voltando um pouco no tempo, durante meu primeiro intercâmbio, fiz voluntariado na Cruz Vermelha Portuguesa, na Biblioteca da Universidade e no Gabinete de Relações Internacionais. Estas experiências ajudaram na minha candidatura para a bolsa de mestrado do Erasmus Mundus, no projeto que desenvolvo na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e a conseguir o estágio em uma universidade polonesa.
Por que escolhi buscar um trabalho voluntário na Polônia
Até 2013, eu pouco sabia sobre a Polônia, mas, felizmente, encontrei amigos poloneses durante o meu primeiro intercambio, na Universidade do Algarve, Portugal. Foi quando tudo mudou – minha convivência com eles fez nascer em mim um sentimento muito carinhoso pelo país.
Então, em 2014, decidi visitar meus amigos na Polônia. Passei um mês viajando por lugares de comida boa e barata. Fiquei apaixonado pela cultura, pelo povo polonês e pela culinária (pierogi e żurek são meus pratos preferidos). Mesmo sendo da União Europeia, a Polônia tem como moeda o Zloty – que é menos valorizada em relação ao real brasileiro, detalhe muito importante para você que gosta de viajar. Naquele ano, quando voltei a Portugal, eu estava decidido em conseguir um voluntariado em alguma cidade da Polônia. No entanto, muitas coisas aconteceram, terminei o meu intercambio em Portugal e acabei voltando ao Brasil.
Somente em 2017, quando já era estudante de mestrado na Universidade do Porto, bolsista do Programa Erasmus Mundus, que consegui em estágio voluntario na Universidade Tecnológica de Lodz (Politechnika Łódzka). Em um contrato de dois meses no Gabinete de Relações Internacionais, eu desempenhei tarefas de administração, organização e arquivo de documentos. Pude aprender como funciona o sistema de mobilidade Estudantil Erasmus+, o que me deixou fascinado e com um certo desejo utópico de criar algo parecido no Brasil (uma vez que sou licenciado e meu mestrado é na área de ensino). Também pude conhecer cidades polonesas belíssimas como Varsóvia, Cracóvia, Lublin e Szczecin.
Dicas para conseguir um estágio voluntário
Com o trabalho voluntário na Polônia, eu aumentei a minha rede de contatos profissionais, amigos, experiências extracurriculares, conheci lugares incríveis e consegui outros programas, projetos e ações que financiam estudos de graduação e pós-graduação no exterior. Além de trabalhar com pessoas de diferentes línguas e culturas, que me ensinaram lições importantes que levarei para o Brasil, com a intenção de promover mudanças na minha cidade e quem sabe no país.
Por isso, se você é uma pessoa que gosta de praticar o voluntariado, a minha dica é: escolha a instituição, entre em contado propondo um estágio voluntário, explique em um e-mail sincero e claro o que você pode fazer para ajudar nos trabalhos que ela desenvolve e crie um currículo com suas principais informações (na Europa, eu indico o Europass). Tenho certeza que você conseguira uma oportunidade. Nas minhas experiências, também me ofereceram alojamento e transporte!
Sua próxima bolsa de intercambio pode surgir durante um voluntariado. E no futuro, você sera o protagonista de histórias como essa. Cria a tua oportunidade!
Sobre o Autor
Samuel Figueira-Cardoso é estudante de Mestrado em Português Língua Segunda/ Língua Estrangeira, na Universidade do Porto, Porto, Portugal. Um amante do voluntariado e das relações internacionais, é natural de Santarém, Pará. Pretende desenvolver uma pesquisa sociolinguística com falantes de línguas indígenas no ensino superior em Santarém.