A situação geopolítica de Israel, com recursos energéticos escassos, disponibilidade limitada de água e localização em uma região cercada por conflitos impulsionou o país a lutar para se fortalecer. Por isso, desde meados dos anos 1950, a saída foi investir em desenvolvimento tecnológico e programas ambientais.
Considerada “The Startup Nation” pelo INSEAD (Instituto Europeu de Administração de Empresas), o caráter empreendedor israelense também se vê refletido em seu sistema educacional. A Universidade de Tel Aviv, por exemplo – uma das maiores referências em ensino superior no país – é considerada “O Vale do Silício do Oriente Médio”. Com possibilidades atraentes para alunos de várias partes do mundo em diversas instituições de ensino, quem pretende estudar em Israel ainda conta com as possibilidades oferecidas por programas de bolsas.
Ficou interessado em saber mais sobre o que é preciso para estudar em Israel? O Estudar Fora preparou um guia para te ajudar a conhecer essa importante potência do Oriente Médio!
Panorama geral de Israel
Segundo a Embaixada de Israel no Brasil, a história do povo judeu e suas raízes nas terras israelenses data de 35 séculos. Já o Estado de Israel foi estabelecido em 1948, marcando a renovação da independência judaica. Localizado no Oriente Médio, ao longo da costa leste do mar mediterrâneo, o Estado faz fronteira com Líbano, Síria, Jordânia e Egito. Sua geografia é peculiar: de terras altas ao mar Morto, passando por paisagens desertas. A escassez hídrica fez surgir uma série de projetos (em andamento) para renovação de recursos, como reciclagem de água dos esgotos e dessalinização da água do mar.
População e principais cidades
Israel tem cerca de 7,8 milhões de habitantes, de diversas etnias e culturas. A proporção, segundo a Embaixada no Brasil, é de que 75,4% da população seja formada por judeus, enquanto os não judeus, em sua maioria árabes (20,5%) somam, ao todo, 24,6%. O sistema de governo é uma democracia parlamentar.
A capital, Jerusalém, é também a maior cidade do país e um dos lugares de maior importância religiosa em todo o mundo, já que abriga o Monte Sião, espaço sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. Outra importante cidade é Tel Aviv, o primeiro município israelita em tempos modernos. É o pólo cultural e financeiro do país. Já a litorânea Haifa é o maior porto do Mediterrâneo e o centro industrial da região norte do Estado, enquanto a cidade de Berseba é o maior centro urbano do sul.
Universidades israelenses
Existem diversos programas de ensino para alunos internacionais em Israel, do bacharelado ao doutorado. Antes da universidade, também é possível estudar em escolas internacionais, como o EMIS (Eastern Mediterranean International School). Conheça algumas das principais instituições de ensino superior:
# Universidade Hebraica de Jerusalém
Fundada em 1918, a Hebrew University of Jerusalem é a mais antiga de Israel e teve Albert Einstein entre seus fundadores.
Os departamentos de destaque são Física, Química, Ciência da Computação, Matemática e Economia. Há também faculdades de Direito e Medicina, sendo que para todos os campos há opções de graduação e pós-graduação em inglês. Cinco dos ex-alunos da Hebraica já venceram o prêmio Nobel, e a instituição também é muito forte em termos de invenção, com cerca de 9 mil patentes na conta.
Fundada em 1956, a Tel Aviv University (TAU) é a maior e mais reconhecida universidade do Estado de Israel reflete o próprio espírito da cidade: um centro de diversidade e inovação no Mediterrâneo. Com mais de 30 mil estudantes divididos em nove faculdades que abrangem as áreas de ciências, artes e humanas, figura entre as 100 melhores universidades do mundo de acordo com o Ranking CWUR 2018.
# Universidade Ben-Gurion do Neguev
Criada em 1969, é uma instituição pública que fica em Berseba, e também oferece possibilidades de graduação e pós em inglês. Forte em pesquisa agrícola, é formada por institutos de pesquisa em áreas como Biotecnologia, Ciência e Tecnologia em Nanoescala e Pesquisa do Deserto.
# Instituto Weizmann de Ciência
Em funcionamento desde 1934, está localizado em Rehovot. É também uma instituição pública superior de pesquisa, cujos cursos oferecidos são exclusivamente voltados para Ciência. Destacam-se entre as opções oferecidas os programas de pós-graduação em áreas de Exatas o doutorado em Ciências Naturais. É considerado um dos principais institutos multidisciplinares do mundo.
Confira a lista dos programas oferecidos em Inglês no país
Sistema de ensino em Israel para alunos estrangeiros
Para ingressar em uma instituição de ensino israelense, os estudantes estrangeiros precisam comprovar domínio de inglês e hebraico (este último, idioma oficial do Estado de Israel), em geral. Mas há casos de universidades (como a de Tel Aviv) que só exigem inglês. No entanto, além do exame de língua inglesa, em que geralmente os interessados devem comprovar proficiência por meio dos exames de Cambridge, há outros dois exames importantes, que são o psicométrico e o chamado mechiná.
O psicométrico é obrigatório inclusive para israelenses, e é aplicado pelo NITE (Instituto Nacional de Exames e Avaliação). Os testes que compreendem o exame são de matemática, lógica e inglês, e pode ser realizado no país de origem do aluno. Já o mechiná é um curso preparatório que tem como objetivo promover a equivalência de currículos entre a formação prévia dos estudantes estrangeiros (geralmente incompatível com o sistema de ensino israelense) e o próprio currículo do país.
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Passaporte, vistos e custo de vida
Os interessados em estudar em Israel precisam ter passaporte com vigência mínima de seis meses a partir do ingresso no país e, em geral, apresentar também o Visto A/2 (que não permite trabalhar). Os critérios para concessão do documento incluem preencher uma solicitação, enviar fotos de passaporte, apresentar certificado de comprovação de aceite da instituição de ensino israelense, além de meios de comprovar que o estudante conseguirá custear os estudos. A solicitação de visto pode ser baixada aqui.
A moeda oficial do estado de Israel é o Novo Shekel, e o custo de vida é um dos obstáculos para quem pretende estudar por lá, já que é salgado! Para ter uma ideia, o aluguel em um apartamento pequeno chega a custar 5 mil shekels por mês; e as compras básicas no supermercado também saem caras: uma garrafa d’água custa, em média, 4,20 shekels; uma dúzia de ovos; 12,30 shekels e um litro de leite, cerca de 5,60 shekels.
A boa notícia é que existem programas de bolsa a estudantes estrangeiros, que cobrem as despesas necessárias.
Bolsas de estudo
Os interessados em fazer faculdade em Israel tem, ente as possibilidades de auxílio financeiro, o fundo de apoio promovido pela Associação de Amigos Brasileiros da Universidade de Tel Aviv. A última edição do programa, em junho desse ano, concedeu como benefício aproximadamente 50% do valor da tuition dos cursos ministrados em inglês ou hebraico.
A colunista do Estudar Fora Yasmim Franceschi é uma das brasileiras contempladas com essa bolsa.
O instituto Weizmann de Ciências também costuma oferecer bolsas de estudo, especialmente para pós-graduação (doutorado).