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Universidade de Cape Town: como é estudar na melhor universidade da África

Juliana Diniz - Universidade de Cape Town

“Mas e se der errado? Se der errado, você volta!”. Foi depois dessa conversa com a sua mãe que Juliana Diniz decidiu ir embora de vez do Brasil para cursar uma faculdade no exterior. Agora com 24 anos e recém-formada em engenheira civil pela Universidade de Cape Town, sua vida na África do Sul começou em 2012, quando decidiu fazer um intercâmbio de curta duração para a Cidade do Cabo.

“Eu iria para o Canadá fazer um curso de inglês, mas por causa de uma promoção de passagem aérea, eu acabei decidindo ir para Cape Town para ficar dois meses. Acabei me apaixonando pela cidade e como sempre quis estudar fora, resolvi me mudar de vez e tentar fazer faculdade por aqui”, conta.

A trajetória universitária de Juliana já começou com um desafio: para concorrer a uma vaga na Universidade de Cape Town, ela precisava ter em seu histórico escolar 12 anos de estudos comprovados. Mas ela só tinha 11.

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Por isso, foi rejeitada na primeira tentativa. Diante das opções de ou voltar para o Brasil e cursar o primeiro ano de uma faculdade para acrescentar no currículo ou cursar o último ano de uma escola regular em Cape Town, ela escolheu continuar no exterior e aproveitar o tempo para desenvolver a sua fluência na língua inglesa.

“Como meu inglês era fraco, eu decidi fazer a escola aqui até como uma alternativa para melhorá-lo. Foi uma ótima escolha porque tive o inglês como primeira língua e acabei sendo aceita na Universidade de Cape Town no meio do ano.”.

Segundo Juliana, o processo de admissão é bem exigente na UCT. Em seu caso, para conseguir uma vaga na turma de Engenharia, ela precisou garantir uma média de mais de 90% em matemática e em física, além de uma média de 85% em todas as outras disciplinas.

O dia a dia na Universidade de Cape Town

A Universidade de Cape Town foi fundada em 1829 e foi pioneira no segmento da educação e da pesquisa científica na África do Sul. Desde então, praticamente todos os grandes nomes do cenário acadêmico sul-africano foram alunos ou pesquisadores da instituição.

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Atualmente, ela aparece na posição 156 entre as melhores universidades do mundo, de acordo com o World University Rankings 2019, na frente de referências de ensino no Brasil, como a USP e a UNICAMP. Como aluna, Juliana acredita que a boa colocação no ranking e o título de melhor universidade de todo o continente africano é justificado pelo rigor acadêmico da UCT.

“O dia a dia era puxado. No meu curso de engenharia, tínhamos aulas das 8h às 17h, com alguns pequenos intervalos. Muitas vezes virei noites estudando para provas ou para concluir algum trabalho. Os professores sempre exigem o seu máximo. Por um lado é ótimo, porque tudo o que se produz é excelente e todos sempre dão o seu melhor; por outro, as vezes eu ficava com a sensação de que não havia feito o suficiente”, justifica.

Além disso, para ela, a diversidade e a beleza do campus são outros grandes diferenciais. “Você encontra pessoas de todos os tipos. Existe uma mistura de professores brancos, negros, da África do Sul, da Europa… Acho isso o máximo porque comecei a perceber a importância de conhecermos e valorizarmos culturas diferentes da nossa. Sinto que na UCT eles não formam só profissionais, mas cidadãos do mundo. E de bônus ainda estudamos em um campus realmente lindo.”.

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Empoderamento na Engenharia

Atrair mais mulheres para a faculdade de Engenharia tem sido um desafio constante para o corpo docente da UCT. Nos últimos anos, a Universidade vem se posicionando ativamente sobre o tema por meio de campanhas como #WomenInEngineering e  “This is what a Engineer looks like”, em que Juliana aparece em uma das peças de divulgação.

Mesmo com os esforços, atualmente, apenas 30% das estudantes do Departamento de Engenharia Civil são mulheres. Apesar disso, entre os 11 estudantes de honra da última turma a se formar, mais da metade são do sexo feminino, 6, no total. Juliana se orgulha em poder estar entre elas e acredita que as mulheres são vitais para criar diversidade na indústria.

“É preciso ter diferentes pontos de vista e formas de pensar para conseguir inovar e aumentar a produtividade. Estamos em uma época em que apenas solucionar problemas com concreto e vergalhões não é a resposta. Começamos a entender que a infraestrutura é muito mais complexa e a maneira como ela interage com a sociedade é fundamental para seu sucesso.”, explica.

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Para quem quer estudar fora Juliana tem uma dica: “Simplesmente vá! Não tenha medo, porque somos nós que fazemos acontecer. Se é seu sonho, acredite e torne possível!”.

Se você gostou e quer começar a se planejar, pode começar descobrindo como é o custo de vida em Cape Town e conhecendo o Prep Estudar Fora, que oferece apoio individualizado para jovens que desejam cursar faculdade no exterior.

Sobre a autora

Letícia Moraes é formada em Jornalismo pela UFJF e ama produzir conteúdo para inspirar e facilitar o dia a dia de outras pessoas. Sempre que pode está viajando, é viciada em séries e pelo comportamento humano.

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Sobre o escritor

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