A Universidade de Buenos Aires (ou UBA) é uma das maiores e melhores universidades da América Latina. Fundada em 1821 e localizada na capital argentina, a instituição pública conta com cerca de 300 mil estudantes, a grande maioria dos quais na graduação, e é um dos principais destinos para quem quer estudar na região.
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A história da universidade se mistura à história do país. Ela foi fundada apenas cinco anos após a independência da Argentina, e seu movimento estudantil foi um ator político importante ao longo dos séculos 19 e 20. Veja a seguir tudo que você precisa saber sobre a Universidade de Buenos Aires.
A Universidade de Buenos Aires em números
De acordo com o QS World Rankings 2021 (que já saiu), a UBA é a melhor universidade da América Latina, e a 66ª melhor universidade do mundo. Ela fica à frente da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam, que aparece em 100º lugar no ranking mundial) e da Universidade de São Paulo (USP, que aparece em 115º).
Segundo o censo de estudantes mais recente, a universidade conta com quase 300 mil estudantes. É um número enorme se comparado a instituições como Harvard (que tem cerca de 23 mil), Oxford (que tem aproximadamente 24 mil) ou MIT (pouco mais de 11 mil). Isso se deve, no entanto, ao fato de que a instituição tem um sistema de ingresso diferente.
Qualquer pessoa que tenha concluído o ensino médio pode se inscrever para o Ciclo Básico Comum, e a partir da inscrição já conta como aluno da graduação. Por isso, entre esses 300 mil, há cerca de 275 mil estudantes de graduação (distribuídos em 86 cursos), e outros 15 mil de pós-graduação. A instituição ainda conta com mais de 70 edifícios, entre faculdades, unidades administrativas, bibliotecas, museus e hospitais universitários.
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No total, a instituição conta também com cerca de 28 mil funcionários acadêmicos, entre professores e pesquisadores. Isso faz com que sua taxa de professores por aluno seja de cerca de 10 para 1, uma taxa comparável às das melhores universidades do hemisfério norte.
Resumindo:
- 66ª melhor universidade do mundo, e melhor da América Latina;
- cerca de 300 mil estudantes;
- cerca de 15 mil pós-graduandos;
- cerca de 28 mil professores.
Como é o ingresso na UBA?
Um dos fatores que fazem com que muitos brasileiros se interessem por estudar na Universidade de Buenos Aires é o fato de que ela é gratuita e não tem vestibular. A universidade é pública e, portanto, os estudantes podem cursar suas graduações sem precisar pagar nada.
Para isso, no entanto, devem se matricular no Ciclo Básico Comum. Trata-se de um primeiro ano de estudos composto por seis disciplinas que são ministradas fora do campus da UBA e no qual qualquer pessoa que tenha concluído o ensino médio pode se matricular. Duas delas são comuns a todos os cursos da UBA: Sociedade e Estado e Introdução ao Pensamento Científico.
Entre as outras quatro, duas são disciplinas básicas e duas são específicas da carreira que o estudante deseja seguir. Então quem quer fazer medicina na Universidade de Buenos Aires, por exemplo, precisa estudar, no ciclo básico, Matemática, Química, Introdução à Biologia Celular e Introdução à Biofísica (além das outras duas matérias citadas acima).
Para poder continuar os estudos, no entanto, é necessário ser aprovado nessas matérias, que exigem bastante dedicação. Cada uma tem duas provas, e é necessário ter média 7 ou superior para passar, e é necessário ter nota superior a 7 em cada uma delas. Ou seja: se você tirar 10 em uma prova e 6 na outra, você não passa.
Como estudar na Universidade de Buenos Aires
Para brasileiros que desejam estudar na UBA, não é necessário ter passaporte. Isso porque o país, assim como o Brasil, é membro do Mercosul. Portanto, basta ter um documento brasileiro de identidade com foto (pode ser o RG, por exemplo) que você pode entrar no país.
No entanto, para fazer a matrícula no Ciclo Básico Comum da UBA, é necessário ter o certificado de conclusão do ensino médio e o histórico escolar, que devem ser reconhecidos previamente pelo Ministério de Educação da Argentina. Para isso, é preciso entrar no site do ministério e agendar um horário para levar os documentos.
Além disso, também é necessário ter um certificado de proficiência em espanhol. Entre os certificados que são aceitos pela UBA atualmente estão o CELU (Certificado de Espanhol Língua e Uso, em nível intermediário ou avançado), SIELE (modalidades B5 ou Global B2) ou CEI (Certificado de Espanhol Intermediário).
Ex-alunos famosos da UBA
- Ernesto “Che” Guevara — revolucionário, diplomata e médico, estudou Medicina na UBA;
- Julio Cortázar — Romancista, contista e cronista;
- Carlos Saavedra Lamas — advogado, diplomata e político Argentino, vencedor do prêmio Nobel da Paz em 1936;
- Bernardo Houssay — médico e farmacista, vencedor do prêmio Nobel de Medicina em 1947;
- Luis Federico Leloir — médico e bioquímico, vencedor do prêmio Nobel de Química em 1970
Como é estudar na UBA?
De acordo com Ana Paula Braga, brasileira que foi estudar medicina na Univesidade de Buenos Aires, o ritmo dos estudos da universidade é bem puxado. “Normalmente, são 4 horas por matéria, mas você precisa chegar na aula com o conteúdo já estudado, porque o tutor faz perguntas, pede para os alunos falarem sobre o assunto e depois apresentarem suas dúvidas”, comenta.
O fato das aulas serem ministradas em espanhol também é desafiador. Por mais que a língua seja parecida com o português, estudar qualquer disciplina em nível universitário exige um bom domínio do idioma — especialmente para quem pretende ingressar nas carreiras mais concorridas da universidade.
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Uma das vantagens de estudar na UBA é morar em Buenos Aires. A cidade é a melhor da América Latina para estudantes e está entre as 50 melhores do mundo, ocupando a posição 31º no ranking QS de melhores cidades. O custo de vida na cidade é alto e acima do restante do país, sendo muito semelhante ao de São Paulo. Entretanto, com a recente desvalorização do peso argentino, recentemente ficou mais barato, para brasileiros, visitarem o país.
A capital argentina possui um ótimo sistema de transporte público que conta com uma ampla oferta de ônibus e metrô, além de oferecer sistemas alternativos de transporte, como bicicletas públicas.