Por que universidades norte-americanas têm forte ligação com indústrias e empresas?
Uma das maiores diferenças entre as principais universidades brasileiras e as dos Estados Unidos é o vínculo entre mercado e pesquisa acadêmica. Lá, a linha que separa ensino superior e mercado de trabalho é tênue e, em muitas instituições, acadêmicos trabalham em conjunto com grandes empresas.
Um dos motivos para essa diferença está relacionado ao financiamente dessas instituições de ensino. Nos EUA, as universidades mais renomadas são majoritariamente particulares. Isso significa que elas dependem de pagamentos de alunos e investidores para se manterem erguidas. Nesse contexto, alguns desses investidores são empresas interessadas em estimular a pesquisa e, paralelamente, trazer benefícios para a indústria.
Na prática, isso significa trazer para dentro da sala de aula problemas vividos dentro dos ambientes empresariais. Em algumas instituições de ensino, empresas conseguem trabalhar problemas reais e buscar soluções até mesmo junto à alunos prestes a se formar na graduação, durante a realização do TCC. Há ainda as que trazem empresários e membros da indústria para palestras e aulas, expondo a realidade “do lado de lá”.
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O Instituto Politécnico de Worcester, nos EUA, por exemplo, entra na lista das instituições de ensino que apoiam tal abordagem. Ao chegar ao último ano de formação em áreas como Engenharia, o aluno trabalha no Major Qualifying Project (MQP) – um tipo diferente de trabalho de conclusão de curso (TCC). O projeto é patrocinado por várias empresas que ‘contratam’ os estudantes para montarem grupos e desenvolverem soluções para um problema real em sua área de estudo.
Uma vinícola pode, por exemplo, pagar para que os estudantes desenvolvam formas de otimizar o processo de produção, ou formas melhores de testar a qualidade de um vinho. No fim das contas, esse cenário favorece a formação de estudantes mais acostumados à realidade no mercado de trabalho.
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No Massachusetts Institute of Technology (MIT), por exemplo, o objetivo desse modelo de ensino é promover o contato entre pesquisadores e empresas. No instituto, muitas empresas oferecem projetos e seminários regularmente em várias disciplinas. Essa estrutura pedagógica permite que pesquisadores mantenham contato com ambientes de trabalho reais e, dessa forma, encontrem soluções em menor tempo e em etapas anteriores da formação.