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Universidades: onde escolher? Qual escolher? Qual não escolher?

Por Otávio Monforte, estudante do Prep Program 2024

Estudar fora já passou pela cabeça de muita gente, e sem dúvidas já passou pela sua também. É só pensar nisso por uns instantes que você já consegue se ver perguntando “tá, mas onde eu estaria?”. Ou melhor: “em qual universidade?”. E, na verdade, se questionar esse tipo de coisa é um bom sinal, pois indica um dos primeiros passos em direção ao que pode vir a ser, no futuro, uma application.

Quando comecei a pensar para onde iria aplicar, imediatamente os Estados Unidos me vieram à mente. Com quase todos — estou certo de que isso inclui você também! — isso acontece. As razões são muitas: melhores oportunidades de trabalho e emprego, agregação ao currículo, ampliação do networking e outros. Ainda mais na área que escolhi, STEM, os estudos no exterior são mais vantajosos devido ao acesso à tecnologia de ponta e ao incentivo à pesquisa. Porém, antes de falarmos dos States, vamos dar uma olhada em outras oportunidades que existem mundo afora. Elas sem dúvidas podem ser uma carta na manga!

Pelo mundo

Muitos outros países, além de possuírem universidades renomadas — que também investem em pesquisa, possuem conceituados institutos tecnológicos, que são atraentes principalmente para aplicantes da área de exatas. Por isso, não se limite: pesquise para descobrir universidades que chamam sua atenção. Por exemplo, foi através de uma conversa com um amigo que descobri a EPFL (Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne), um instituto tecnológico na Suíça com alto investimento em tecnologia. A partir disso, pesquisei a fundo sobre a universidade e decidi me candidatar a ela. Falar francês, no meu caso, era obrigatório, e por sorte eu já tinha uma base que construí durante o ensino médio. Porém, isso nem sempre é assim. Por exemplo, alguns institutos tecnológicos na França não necessitam que você fale francês (como a École Polytechnique). 

Outros países seguem a mesma linha, como é o caso do Japão. Uma amiga minha uma vez me disse: “Vinha pensando em fazer faculdade no Japão desde antes do ensino médio, mas, no fim das contas, decidi por não ir porque pensava que precisaria ser fluente na língua. Pensava que com certeza não valeria a pena, já que não tinha muito tempo para aprender. Mas, então, comecei a pesquisar melhor e fui em uma palestra de ex-bolsistas que falavam sobre graduação lá. Gostei muito. Informaram-me que falar japonês é um requisito que depende da área que você quer seguir. Para exatas, não era necessário! Ainda conheci um jovem da área de STEM que foi para o Japão. Achei muito incrível”. Assim como para ela, pesquisar e ir a fundo pode abrir portas. E, além dessas universidades, existem aquelas em países que falam o inglês como língua nativa, como as universidades canadenses e os colégios britânicos.

Mas, de toda forma, se aprender uma língua estiver nos seus planos, a escolha também é válida! Alguns institutos de ponta possuem concorrência muito menor devido a exigência da língua, como é o caso da ETH Zürich (Eidgenössische Technische Hochschule Zürich), instituto da Suíça alemã que ocupou a 7ª posição no QS World University Rankings 2025. E as vantagens não param por aí: muitas universidades em outros países possuem melhor acesso a certos laboratórios, como é o caso da ETH Zürich e da EPFL, se dispondo do CERN, laboratório conhecido mundialmente pelos seus estudos em física de partículas.

Nos EUA

Abertos os horizontes, vamos falar sobre os Estados Unidos! Existem muitos colleges nos EUA com diferentes destaques, então esse é um ponto ao qual você deve se atentar. Vamos começar pelos institutes of technology, que já foram nossos alvos em outros países. Aqui, destacam-se o MIT (Massachusetts Institute of Technology), a Caltech (California Institute of Technology), Georgia Tech (Georgia Institute of Technology) e muitos outros. A ideia desses institutos tecnológicos é que eles possuam muito foco em pesquisa e no trabalho aplicado à prática. Então, se esse é o seu objetivo, vá fundo!

Essas universidades têm como grande forte a formação de engenheiros e, por isso, oferecem uma ampla gama de networking profissional, internships e aulas práticas. Além disso, vale lembrar que é sempre bom ter um perfil que esteja alinhado com o perfil da universidade. Assim, em comparação com as demais universidades, elas tendem a um perfil mais técnico e, por isso, nem sempre são o dream college de alguém que queira cursar humanas, por exemplo. A saber, em alguns desses tech institutes, a matéria de cálculo infinitesimal é obrigatória, independentemente do curso que o aluno esteja cursando. Então, é bom ficar de olho!

No meu caso, para universidades americanas, preferi não optar por tantos institutos tecnológicos. Não porque tenho medo de reprovar em Cálculo I, longe disso! Mas porque, além de me identificar fortemente com a área de STEM — como com computação, física e matemática, também me identifico com a área de humanas, como com linguística, filosofia e literatura. Assim, prefiro ter a oportunidade de explorar bem ambos os meus lados durante a graduação e escolher universidades que sejam referência em ambas as áreas. E você deve se policiar com relação a isso também! Se você se decidiu como eu, uma boa opção para dream colleges seriam as Ivy Leagues. Para descobrir outras universidades com a mesma característica, use parâmetros como a posição da instituição em alguns rankings, a rede de alumni da universidade, o número de pesquisa em determinadas áreas, entre outros. É certo que esses fatores não são o que definem a universidade, mas te ajudam a saber se ela é um bom fit para você.

Outro gancho muito importante que deve ser essencial na sua pesquisa é: não procure somente o que considerar, mas também o que não considerar. Isto é, às vezes, os nomes das universidades são muito atraentes. Mas, na área que você quer, será que elas são tudo isso? Isso acontece muitos com aplicantes de engenharia, então tome cuidado! Pesquise sobre os cursos que aquele college oferece e também sobre a reputação dele. Se possível, pergunte para alguém que já estudou na universidade em questão: “Como que é tal college lá? Tem muito investimento? É um dos fortes da universidade?”.

Essas simples perguntinhas já vão te ajudar muito na hora de saber qual universidade não escolher. Por exemplo, um dia estava conversando com uma roda de amigos que queriam cursar engenharia e, no grupo, havia uma ex-aluna de Harvard. Eles perguntaram a ela sobre o college de engenharia da universidade, e ela respondeu que era um dos que menos tinha investimento por parte da universidade (em comparação a outros colleges fortes, como o de Political Sciences, por exemplo). Depois, ela ainda nos disse que não é para pouco: oferecem apenas 4 engenharias como major: Electrical, Mechanical, Environmental e Bioengineering, que, comparado a outras universidades, é um número relativamente baixo. Assim, é importante não se deixar levar por nomes e pesquisar a fundo sobre a universidade.

Portanto, como recado final: não se limite aos Estados Unidos. Considere instituições em outros países de maneira paralela. E, acima de tudo, pesquise sobre as universidades que você está interessado. Seja um instituto tecnológico ou o que for, é sempre importante alinhar o seu perfil com o dela, e o dela com o seu.


Otávio Monforte tem 16 anos e escreve de São Paulo, capital. Ele se identifica muito com a área de exatas: participa de diversas olimpíadas científicas e estuda principalmente física e matemática. Porém, ele também gosta de se divertir com o universo da linguagem. Aprende francês e, além de adorar ler livros e poemas, ama, claro, escrever!

A coluna acima foi escrita por Otávio Monforte, participante do Prep Program preparatório da Fundação Estudar com foco em jovens que desejam cursar a graduação no exterior. Totalmente gratuito, o programa oferece orientação especializada sobre o processo de candidatura em universidades de fora do país. Saiba mais e faça sua inscrição aqui.

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