Muita gente pensa que os Estados Unidos e a Europa, onde estão os clássicos modelos de negócios e inovação e professores com prêmios Nobel, são os únicos lugares do mundo onde valem a pena cursar um MBA.
A China é um excelente lugar para se inspirar, aprender, criar e, quem sabe, até transferir o que você vir aqui de volta ao Brasil
Os rankings não negam a excelência das faculdades norte-americanas e europeias e, apesar da crise dos últimos tempos, a economia desses países está crescendo novamente. Mas também não dá para negar que há revoluções acontecendo em outros lugares do mundo.
A China, por exemplo, prevê crescer 7% em 2015 – e muitos estão assustados porque a previsão era para um crescimento ainda maior. Enquanto isso, o Brasil vai crescer menos de 1%. A China está longe de ser um país perfeito, mas oferece diversas possibilidades de estudo e crescimento. A seguir, destaco algumas vantagens de estudar por aqui:
Novas ideias em todo lugar: a China antiga foi o lugar onde foram inventados desde dinheiro até o ketchup. A China continua produzindo muito para o mundo (seu custo de produção é um dos mais baratos), mas ela tem começado a criar muita coisa, especialmente em termos de apps e tecnologias. Por exemplo, aqui não usamos nem Whatsapp nem Facebook; usamos WeChat, que é uma combinação desses dois aplicativos mais Instagram, Skype e Tinder, com muitas outras funções. Com o WeChat, você pode mandar, ao invés de um simples emoji, um super GIF que expressa muito melhor o que você quer dizer. Também é possível realizar pagamentos de uma forma segura por meio dessa ferramenta e acessá-la através do seu computador. Você também pode assinar algumas contas (quase o equivalente a curtir uma página de uma empresa no Facebook) e receber notícias diárias, semanais ou mensais.
Um dos meus colegas adora receber o menu da semana de um restaurante tailandês perto do apartamento dele. Eu achei isso um marketing excelente! E esta é só uma pequena fatia do que é inovação aqui na China. Aqui é um excelente lugar para se inspirar, aprender, criar e, quem sabe, até transferir o que você vir aqui de volta ao Brasil.
Estar aqui é ver o que o futuro nos guarda!
Cases de estudo um tanto inusitados: além dos típicos modelos de negócios da Apple, Google e Amazon, nas minhas aulas de MBA falamos do Alibaba, Lenovo, Xiaomi, Baidu, novas empresas que estão crescendo muito rápido e que irão influenciar como os negócios são conduzidos no mundo à medida que essas empresas se estabelecem fora da China. Aprendemos e discutimos quem serão as grandes empresas daqui a dez ou vinte anos. Às vezes, eu paro e penso que daqui a alguns anos pode ser que essa empresa chinesa seja uma das mais poderosas do mundo. Estar aqui é ver o que o futuro nos guarda!
Mais diversidade que eu esperava: eu já morei em São Francisco, que é considerado o caldeirão cultural dos EUA, mas aqui em Pequim conheço tantos estrangeiros que dá para quase colorir o mapa mundi inteiro. Só no meu apartamento tem eu que sou brasileira, formada nos EUA, um coreano que cresceu e estuda na Suíça, uma alemã que cresceu e estuda na Inglaterra e uma chinesa. De vizinhos tenho duas americanas, uma inglesa e outra chinesa. De amigos do MBA, tenho um indiano, um francês e um coreano.
Eu moro em um bairro cheio de faculdades e em uma dessas escolas há vários africanos aprendendo mandarim. A minoria são latinos, mas já conheci mexicanos, equadorianos, argentinos. Tem gente que veio para ficar seis meses e já está para completar o terceiro ano aqui, tem gente que começou trabalhando como professor de inglês e hoje quer abrir a pórpia empresa. Do mesmo jeito que existe diversidade nos EUA e na Europa, existe na China.
Estágio em uma empresa que está na China: nesses seis meses em que estou na China, cheguei a conhecer três empresas com modelos de trabalhos diferentes. Uma faculdade, uma startup e uma multinacional. A faculdade tem que lidar com várias questões políticas bem particulares, a startup com adaptação do seu modelo de negócios para conseguir vender internacionalmente, e a multinacional está se moldando para se adaptar ao país, mas sem perder sua cultura corporativa. Ter uma experiência internacional no currículo é sempre positivo, mas em um país tão diferente como a China, isso também mostra que você terá uma perspectiva bem diferente para agregar a qualquer outra empresa que você for trabalhar no futuro.
Como fazer negócios na China: tive duas aulas no meu MBA completamente voltadas a alunos internacionais e nossa necessidade de aprender como fazer negócios na China. Nessas aulas, aprendemos sobre cultura, história e atualidades. Aqui na China, muitos negócios são feitos através da sua rede de relacionamentos, o tal do guanxi, e muitas empresas sofrem para entender o que é isso, o que dificulta seu sucesso na China. A intenção do MBA é permitir que os alunos internacionais tenham conhecimento suficiente para mediar o contato entre a empresa onde estejamos trabalhando no futuro com o contato aqui na China.
Eu vejo a China como um lugar para aprender sobre novos modelos de negócio, se inspirar e inovar. Nas empresas onde estou, às vezes explico como as coisas são feitas no Brasil ou nos EUA e o pessoal fica espantado porque ninguém nunca tinha pensado de tal maneira. Do mesmo jeito podem ficar os outros quando ficam sabendo do jeito chinês de trabalhar. Com o modelo chinês crescendo e se aprimorando, talvez seja uma boa hora para estudar no país.
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